De Maus Servidores e de Maus Ministros

É uma tragédia que tenhamos um Ministro de Estado leviano, como Paulo Guedes. Há bons e maus profissionais em todas as áreas: bons e maus mecânicos; bons e maus servidores civis; bons e maus servidores militares (sempre soube que militar é servidor público, foi-se a época do “exército do rei”); bons e maus médicos; boas e más manicures.

Há bons e maus ministros, tanto que alguns são demitidos no decorrer do mandato, por não corresponderem à confiança do Presidente da República que os nomeou. Guedes se esconde atrás de um discurso genérico para atacar. Guedes usa e abusa da popularidade de Jair Bolsonaro para rotular, para denegrir, para ofender dezenas de milhões de servidores e seus familiares, muitos dos quais, eleitores do Presidente.

O ministro devia cuidar da sua vida pública. Como titular da pasta da economia, sua vida pública deveria servir de exemplo. Deveria se ocupar, por exemplo, de garantir aos milhões de brasileiros que dependem da previdência, setor sob a sua responsabilidade, o direito ao recebimento de seus parcos benefícios, o que lhes tem sido negado por causa da sua incompetência.

Sabia-se, muito antes, que o terror espalhado pela reforma da previdência proposta por Guedes acarretaria uma avalanche de novos pedidos de benefícios, então, a pergunta: por que não se planejou e executou um plano para salvar milhões de brasileiros das privações e da humilhação? Em sua maioria, pessoas simples que dependem e depositam suas esperanças no governo.

A irresponsabilidade verbal do ministro não constrói. A verdade é que para muitos servidores a recomposição salarial é uma ficção, pois, é comum os governos ignorarem as leis e protelarem o cumprimento de decisões judiciais. Os “hospedeiros” estão na UTI muito mais em função da incompetência e dos desvios de verbas públicas. A reforma administrativa deveria prever a responsabilização pessoal dos agentes políticos até pela malversação dos recursos públicos, isso sim.

Guedes fala por Bolsonaro? O silêncio deve ser fruto de um momento de reflexão presidencial. Bolsonaro precisa esclarecer a sua posição diante de tão grave ataque a milhões de brasileiros que trabalham em repartições públicas sucateadas, espalhadas pelo país. Mesmo para os mais impressionáveis, declarações bombásticas fazem efeito por um tempo, porque não enchem barriga. A população espera que o governo trabalhe mais e fale menos. Com a última palavra, o Presidente, Jair Bolsonaro.

FENAFIM – Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos